Acordo nacional institui CCV no Bradesco com votação democrática entre os funcionários.

Comissão de Conciliação Voluntária avança em todo o país; no Extremo Sul da Bahia, houve adesão de 90% dos Bancários

Imagem: Contraf/CUT

A Contraf-CUT e o Bradesco assinaram, em 12 de setembro de 2025, um acordo nacional para implementação da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV). Esse instrumento extrajudicial permite que bancários com pendências trabalhistas busquem soluções junto ao banco, com intermediação dos sindicatos, sem necessidade imediata de ação judicial.

Desde janeiro deste ano há um projeto piloto em São Paulo, que serviu de base para ajustes. Durante as negociações, a COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Bradesco e a Contraf-CUT acertaram que o novo acordo será “guarda-chuva nacional”, oferecendo condições para que diferentes sindicatos do país instalem suas próprias CCVs conforme aderirem ao pacto.

Podem participar da CCV trabalhadores demitidos sem justa causa ou que pediram desligamento, mas que ainda não ingressaram com ação judicial, para reivindicar direitos que entendem terem sido descumpridos. O sindicato assume papel de mediador, avaliando pedidos e sugerindo soluções, que o banco irá analisar.

A CCV não obriga nem impede ação judicial posterior: o trabalhador pode recusar o acordo e ainda recorrer à Justiça, garantindo direito de escolha. O processo terá prazos definidos — por exemplo, após protocolo da reivindicação, o banco deve responder em certo tempo, sob risco de desgaste reputacional.

Na nossa base do Extremo Sul da Bahia, houve votação sobre esse acordo envolvendo 18 bancários do Bradesco: 16 votaram SIM, aprovando a implementação da CCV, enquanto 2 votaram contra. Esse resultado local evidencia que a maioria da categoria deseja acesso a caminhos mais céleres para resolver conflitos trabalhistas.

Com o acordo nacional e com adesões locais fortes, expectativa é de que a CCV agilize soluções, reduza custos para trabalhadores, desafogue a Justiça do Trabalho e amplie segurança jurídica no setor bancário. A mobilização sindical continua essencial para garantir que o acordo seja implementado de fato em todas as regiões, sem burocracias que inviabilizem seu uso.