Banco Santander desrespeita trabalhadores e clientes no Extremo Sul da Bahia
- pixealagencia
- 8 de abr.
- 4 min de leitura
Sindicato faz denúncia sobre as práticas abusivas contra trabalhadores e clientes do Banco Santander por parte das gestões nas cidades de Eunapolis e Porto Seguro.

A agência do Banco Santander em Porto Seguro se transformou em um símbolo de caos e negligência. Com apenas dois funcionários atuando no atendimento diário, com uma enorme demanda de funcionários da folha da prefeitura, moradores e turistas. O cenário é de colapso absoluto. O tempo de espera para ser atendido pode ultrapassar quatro horas, especialmente para aposentados, que compõem grande parte da demanda local. Enquanto ostenta lucros bilionários, o Santander vira as costas para as condições mínimas de dignidade, tanto para os trabalhadores quanto para os clientes que dependem dos serviços bancários na cidade.
Dois funcionários estão afastados por doenças ocupacionais, e o gerente da agência foi demitido recentemente. Nenhuma dessas vagas foi reposta pelo banco, ampliando ainda mais a sobrecarga sobre os poucos profissionais que permanecem em atividade. É uma escolha deliberada de enxugar a equipe e maximizar o lucro, mesmo à custa da saúde física e mental dos trabalhadores e do atendimento básico à população.
Em Eunápolis nao é diferente. Assédio, esgotamento e práticas que violam os direitos dos trabalhadores e clientes.
Em menos de cinco meses, um funcionário foi desligado sem justificativa, outro pediu demissão por não suportar a sobrecarga e o assédio moral e mais dois se encontram afastados por BURNOUT, resultado direto das metas abusivas impostas pelo Banco e das práticas autoritárias da gerente geral da unidade, que tem sobrecarregado e adoecido os seus funcionários e também os clientes do Banco. Entre os que se queixam, estão funcionários da Prefeitura Municipal, que recebem salário no Banco e relataram episódios de grosseria, ignorância e total despreparo da gerente geral no atendimento ao público. O banco, que deveria prezar pelo bom relacionamento com instituições públicas, perde credibilidade à medida que permite – e oculta – condutas que beiram a violência institucional.
Infrações à legislação municipal e manipulação de senhas
A gerência da agência de Eunápolis também infringe a legislação municipal, que determina tempo máximo de espera de 15 minutos nas agências bancárias. A prática denunciada pelos clientes é a de obrigar os funcionários a chamarem senhas sem realizar o atendimento real, criando uma falsa impressão de fluidez no atendimento, enquanto os clientes seguem aguardando indefinidamente.
Essa manobra escancara o desrespeito da instituição à legislação local e à população.
Estrutura física precária e abandono do atendimento empresarial
A estrutura das agências também reflete o abandono do banco. Em Eunápolis, os caixas eletrônicos estão em estado lastimável, com problemas constantes de funcionamento e falhas semanais. Em vez de trocar os equipamentos, o banco ignora os apelos de funcionários e usuários. As máquinas de contagem de cédulas também apresentam defeitos frequentes, gerando prejuízos e tensões na tesouraria, prejudicando tanto os clientes quanto os próprios trabalhadores.
Em ambas as cidades, o atendimento a empresas foi descontinuado, o que tem gerado revolta entre os clientes PJ (pessoa jurídica). Empreendedores locais, que movimentam a economia e geram empregos, se sentem desamparados e abandonados pelo Santander.
Privilégio para ricos, descaso com os mais pobres
Outro ponto vergonhoso diz respeito à discriminação no atendimento. Clientes com maior poder aquisitivo recebem tratamento preferencial: são encaminhados para o atendimento prioritário, mesmo sem amparo legal. Já os idosos, aposentados e clientes de menor renda são deixados por último, expostos ao cansaço, à espera e ao desprezo. O banco trata o atendimento com base em critérios de lucratividade, e não de humanidade.
Essas práticas abusivas no atendimento ao cliente já somam reclamações na plataforma do ReclameAqui, no Procon e Juizados especiais das cidades de Eunapolis e Porto Seguro.
Práticas antissindicais: tentativa de silenciar a organização dos trabalhadores
Não bastasse todo o cenário de desrespeito, o Santander tem adotado práticas antissindicais gravíssimas na região. Na tentativa de enfraquecer a representação dos trabalhadores, a gestão da agência de Eunápolis tentou impedir a participação de funcionários no processo eleitoral do Sindicato dos Bancários, apenas porque um deles havia integrado a diretoria sindical. Esse mesmo funcionário acabou sofrendo perseguições com advertências infundadas e tentativas de demissão por parte do banco para impedir que ele fizesse parte do Sindicato, quando voltou ao trabalho, o mesmo funcionário teve suas funções esvaziadas, foi excluído de participar das reuniões e grupos da agência dentre outras condutas discriminatórias. Essa é uma clara tentativa de coagir e silenciar qualquer tipo de resistência organizada dentro da instituição.
Resposta do Banco
Em reunião com a Superintendente Regional do Banco Santander no Nordeste, Ana Marquito, diretores do sindicato apontaram todos os problemas e situações a serem resolvidas e cobraram soluções. Diante dos questionamentos, a mesma informou que aquelas não eram práticas institucionais e que tomariam as medidas cabíveis, o que até o momento não ocorreu.
O cenário vivido no Extremo Sul da Bahia é o reflexo de uma política institucionalizada. É inaceitável que uma instituição que lucra bilhões às custas do esforço alheio trate seus trabalhadores como peças descartáveis e seus clientes como obstáculos operacionais.
O Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia repudia com veemência essas práticas e exige providências urgentes junto aos órgãos fiscalizadores, ao Ministério Público do Trabalho e à própria direção nacional do Santander.





.png)




Comentários