Comando Nacional dos Bancários apresenta propostas para uso ético de tecnologias de monitoramento
- pixealagencia
- há 2 dias
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Sindicato exige garantias de privacidade, controle humano e negociação coletiva antes de qualquer vigilância digital nos bancos

O Comando Nacional dos Bancários (CNB) se reuniu nesta segunda‑feira (1º de dezembro) com a Fenaban para apresentar um conjunto de propostas que visam assegurar uma “gestão ética da tecnologia na relação de trabalho”, diante do avanço do uso de ferramentas de monitoramento, avaliação e automação no setor financeiro.
Os representantes dos bancários defenderam que qualquer tecnologia aplicada aos trabalhadores — seja de controle de jornada, produtividade, teletrabalho, avaliação ou treinamento — deve obedecer a critérios mínimos de transparência, dignidade e direitos.
✅ Principais pontos da proposta
As cláusulas sugeridas pelos bancários para futura inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) incluem:
Que o uso de ferramentas tecnológicas seja restrito exclusivamente a demandas de trabalho, sem invadir a privacidade ou estender‑se além da dimensão laboral.
Obrigatoriedade de negociação prévia com o movimento sindical antes da implementação de novas tecnologias, para garantir transparência quanto ao seu uso.
Garantia de que decisões sobre avaliação, punição ou produtividade nunca sejam tomadas exclusivamente por algoritmos — deve haver sempre intervenção humana qualificada.
No caso do trabalho remoto (teletrabalho), implementação de mecanismos que permitam ao trabalhador contestar resultados, feedbacks ou avaliações geradas por sistemas automáticos.
Para a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando, Juvandia Moreira, essas garantias são fundamentais. “Não tem cabimento aceitarmos que a trabalhadora ou o trabalhador seja submetido a vigilância intrusiva que invada sua privacidade ou retire sua autonomia”, afirmou.
O secretário de Saúde da entidade, Mauro Salles, reforçou o caráter essencial da “gestão ética da tecnologia”, enfatizando o direito do trabalhador de saber que sistemas o monitoram e como são utilizados em processos de feedback e avaliação — e que tais sistemas não podem ser base exclusiva para punição.
Além disso, a dirigente sindical do sindicato de São Paulo, Neiva Ribeiro, destacou o caráter urgente da proposta: segundo ela, casos recentes demonstram que o uso indiscriminado de monitoramento digital pode levar a demissões em massa sem transparência ou possibilidade de defesa. Ela defendeu a necessidade de “transparência total em todos os mecanismos de monitoramento.”
⚠️ Por que o tema é urgente para os bancários
O interesse do movimento sindical em regulamentar o uso dessas tecnologias decorre de fatos recentes: bancos têm adotado sistemas de vigilância digital, controle de produtividade por algoritmos e monitoramento intenso no teletrabalho, o que aumentou denúncias de demissões, pressão por metas e adoecimento entre funcionários.
Além disso, a adoção indiscriminada dessas ferramentas — sem regras claras — coloca em risco direitos fundamentais como privacidade, dignidade, liberdade de expressão, e pode tornar o ambiente de trabalho hostil e instável.
🔄 Próximos passos
A reunião com a Fenaban marcou o início da negociação formal sobre o tema. O Comando Nacional aguarda agora a abertura de mesa específica para debater as cláusulas e avançar para a inclusão das garantias na próxima CCT.
Até lá, a entidade orienta todas as bases sindicais e bancários a estarem atentos — questionando a adoção de qualquer sistema de monitoramento nas agências e no teletrabalho, exigindo transparência e garantindo que seus direitos sejam respeitados.





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