Contraf‑CUT realiza 1º Seminário Nacional da Pessoa com Deficiência do Ramo Financeiro

Evento histórico reúne lideranças e mobiliza pautas de inclusão, direitos e representatividade no setor financeiro

Imagem: Contraf/CUT

Na sexta‑feira, 26 de setembro de 2025, o movimento sindical bancário celebrou um passo importante na luta pela inclusão: o 1º Seminário Nacional da Pessoa com Deficiência do Ramo Financeiro, realizado no Café dos Bancários, no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. O encontro reuniu dirigentes sindicais, parlamentares, especialistas e membros da sociedade civil para debater temas fundamentais como saúde, esporte, representatividade, educação inclusiva e o enfrentamento da desinformação sobre pessoas com deficiência.

O evento ocorre simbolicamente na mesma semana em que se celebra o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência (21 de setembro), reforçando o compromisso permanente com a igualdade, participação social e respeito às diferenças.

Mesa de abertura: união, compromisso e os novos desafios

A cerimônia inicial foi conduzida por Elaine Cutis Gonçalves (Secretária de Políticas Sociais da Contraf‑CUT) e contou com presenças de peso: Juvandia Moreira (presidenta da Contraf‑CUT), Neiva Ribeiro (presidenta do Sindicato dos Bancários de SP), Jandyra Uehara (Secretária de Políticas Sociais da CUT Nacional), Ivone Silva (vice‑presidenta da CUT/SP) e Maria Cleide Queiróz (diretora sindical e representante da Contraf‑CUT no Conade).

Nas falas de abertura, foi destacado que o seminário é fruto da mobilização persistente dos coletivos, sindicatos e movimentos que, ao longo dos anos, têm trabalhado pela garantia de oportunidades iguais e remoção de barreiras no ambiente de trabalho. “Temos muitas conquistas, mas também muitos desafios à frente. Precisamos negociar avanços que viabilizem inclusão real, ascensão profissional, acessibilidade e ambiente de trabalho digno”, afirmou Juvandia Moreira.

Neiva Ribeiro, por sua vez, ressaltou a diversidade presente na classe trabalhadora e a necessidade de atenção a temas como neurodiversidades, ampliando o alcance do debate dentro dos sindicatos.

Salas temáticas: debatendo saúde, educação e direitos

Saúde, Esporte e Representatividade

Nessa mesa, Isaías Dias (AFUBESP/Coletivo PCD, Conade) falou sobre a importância da representatividade nos espaços de decisão para garantir avanços concretos em políticas públicas.  Sandra Ramalhoso abordou os desafios específicos de saúde enfrentados por mulheres com deficiência.  José Roberto Santana destacou o poder do esporte como instrumento de inclusão e fortalecimento da autoestima, e José Carlos realizou demonstração de ju‑jitsu adaptado, evidenciando a capacidade transformadora do esporte inclusivo.

Educação, Direitos e Combate à Desinformação

Essa mesa centrou-se nos debates sobre terminologia apropriada, práticas de letramento, inclusão educacional e o desafio das fake news sobre deficiência. Carlos Maciel tratou dos caminhos e barreiras da educação inclusiva.  Larissa Argenta trouxe a pauta dos direitos da pessoa autista, enfatizando a necessidade de políticas que garantam permanência e oportunidades no mercado de trabalho.  Ergon Cugler chamou atenção para os efeitos nocivos da desinformação e da disseminação de estigmas, defendendo campanhas de conscientização e acesso à informação de qualidade.  A plenária também propiciou debates e perguntas dos participantes, enriquecendo com experiências pessoais e ideias para atuação sindical futura.

Encerramento e mobilização cultural

Ao fechar os trabalhos, os organizadores valorizaram o caráter simbólico e prático do seminário: mais do que um debate, ele representa um compromisso coletivo com escuta ativa, formação e ação concreta na defesa dos direitos das pessoas com deficiência no setor financeiro. “Inclusão não é caridade — é um direito. E o movimento sindical deve estar na linha de frente dessa luta”, reforçou Elaine Cutis.

Para celebrar a data, o seminário foi encerrado com uma apresentação cultural: o show “Sons da Democracia”, protagonizado pela Banda X, composta por integrantes com deficiência, emocionando o público presente e reforçando a visibilidade e protagonismo cultural dessa população.