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Crédito no Brasil: 4 engrenagens que empobrecem famílias e fortalecem os bancos

  • pixealagencia
  • há 12 minutos
  • 2 min de leitura

Análise aponta que o sistema de financiamento transforma renda popular em lucro financeiro — com risco para o trabalhador e para quem busca crédito


Imagem: Contraf/CUT
Imagem: Contraf/CUT

Um recente artigo assinado pelo Contraf‑CUT denuncia como o crédito, tradicionalmente apresentado como instrumento de inclusão financeira, tornou‑se para muitos no Brasil uma armadilha de endividamento e empobrecimento. Segundo a matéria, existem quatro mecanismos centrais — ou “engrenagens” — que fazem do crédito no país um agente de desigualdade, e não de desenvolvimento.



🔧 As quatro engrenagens que distorcem o crédito



  1. Poupança regressiva — O dinheiro da maioria da população fica depositado em contas de poupança, que rendem muito pouco. Esse recurso de baixa remuneração é usado pelos bancos para conceder empréstimos e financiamentos a juros altíssimos, o que gera grande discrepância entre o custo do crédito para o trabalhador e o lucro gerado para o sistema financeiro.

  2. “Selic paradoxal” — A política monetária de juros altos — com altas taxas de juros básicos — fortalece o rentismo financeiro, beneficiando bancos e investidores, mas penaliza diretamente quem precisa de crédito, elevando os custos de empréstimos, financiamento e carteiras de crédito.

  3. Uso de benefícios sociais como “colateral” — Em muitos casos, o que deveria garantir a subsistência da população vulnerável — como benefícios sociais ou seguridade social — é transformado em garantia para empréstimos consignados ou crédito bancário. Isso expõe trabalhadores fragilizados a endividamento, perda de renda e vulnerabilidade.

  4. Juros que drenam a renda — As linhas de crédito disponíveis (cartão, financiamento, cheque especial, empréstimos pessoais) frequentemente cobram juros abusivos e taxas elevadas, tornando o crédito uma forma de transferir renda da base da pirâmide social para o topo — em especial para os bancos — ao invés de promover inclusão ou alívio econômico.




💡 Consequências para trabalhadores e população



  • Em vez de oferecer oportunidade de consumo ou investimento, o crédito passa a ser causa de endividamento crônico, comprometendo parte significativa da renda familiar com parcelas, juros e encargos.

  • A ilusão da “inclusão” por meio de cartões de crédito e empréstimos fáceis mascara a realidade de que o crédito elevado e desemprego persistente podem empurrar famílias para ciclos de inadimplência e pobreza.

  • A estrutura financeira privilegia os interesses do mercado e dos bancos — não da população — consolidando desigualdades e precarização econômica.



🛑 Reflexão política: crédito para quem?



A Contraf‑CUT alerta que o debate sobre crédito não pode ser apenas técnico: ele é profundamente político. O que está em jogo não é somente a oferta de crédito, mas quem se beneficia desse sistema. Segundo a análise:


“O crédito existe para desenvolver o país ou para remunerar o mercado?”


Para que o crédito cumpra seu papel social — de estimular o consumo de forma digna, financiar educação, moradia, saúde sem risco de endividamento — é preciso reverter esse modelo. Mas, para isso, é essencial:


  • reduzir juros abusivos e spread bancário;

  • garantir que crédito e poupança não sejam usados como mecanismo de exploração;

  • favorecer políticas públicas que promovam crédito justo, com condições reais de pagamento e proteção ao consumidor;

  • fortalecer a regulação financeira para priorizar a dignidade do trabalhador.


 
 
 

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