Demissões no Itaú: banco tem 48 horas para apresentar nova proposta de acordo

Sindicato exige reparação, transparência e negociação digna para os demitidos — audiência de mediação foi marcada para sexta-feira

Imagem: Contraf/CUT

Após mais de mil desligamentos realizados pelo Itaú em 8 de setembro — muitos deles atingindo trabalhadores da base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região — não houve consenso na audiência de mediação realizada na noite de 1º de outubro. O mediador, então, deu prazo de 48 horas para que o banco apresente uma nova proposta, sob pena de medidas jurídicas adicionais.

A próxima audiência de mediação foi marcada para sexta-feira (3), às 18h. Representantes sindicais e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf‑CUT) estarão presentes, cobrando que a negociação seja justa e que os direitos dos demitidos sejam devidamente reconhecidos.

Para Vinícius Assumpção, vice‑presidente da Contraf‑CUT, “a defesa do emprego e o respeito aos direitos dos trabalhadores são imperativos inegociáveis”. Ele pede que os trabalhadores fiquem atentos aos canais oficiais dos sindicatos para novas orientações e participem das plenárias convocadas.

Já Neiva Ribeiro, presidenta do Seeb/SP e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, destacou que houve várias mobilizações — plenárias, atos e paralisações — em busca de diálogo com o banco. Ela enfatizou que a situação extrapola impasses pontuais, pois envolve direitos que antecipam decisões para todo o setor bancário:

“Os trabalhadores foram demitidos sem chance de defesa, muitos foram rotulados como improdutivos. O banco precisa reparar esse dano.”

Valeska Pincovai, coordenadora da COE Itaú, acrescentou que esse caso é vital para o futuro do teletrabalho, do monitoramento, da proteção da privacidade (como a Lei Geral de Proteção de Dados — LGPD) e para que as entidades sindicais sigam tendo voz nas negociações do setor bancário