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Dieese denuncia distorção: ricos contribuem menos de 2,5% com Imposto de Renda

  • pixealagencia
  • 18 de ago.
  • 2 min de leitura

Enquanto trabalhadores de renda média chegam a pagar quase 10% em tributos, os mais ricos seguem beneficiados por isenções e brechas legais

Imagem: Gazetinha da Guanabara.
Imagem: Gazetinha da Guanabara.

Um levantamento recente do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) escancara a desigualdade do sistema tributário brasileiro. De acordo com o estudo, trabalhadores que recebem cerca de R$ 5 mil por mês chegam a comprometer 9,57% de sua renda com o Imposto de Renda, enquanto os contribuintes de alta renda pagam menos de 2,5%. O dado revela uma distorção que, além de injusta, amplia a concentração de renda no país.


Segundo a diretora-técnica do Dieese, Adriana Marcolino, três fatores explicam essa discrepância: a isenção da taxação sobre lucros e dividendos, a chamada elisão fiscal — quando fortunas são movimentadas ou escondidas em paraísos fiscais de forma legal, mas questionável do ponto de vista ético — e o peso excessivo da tributação sobre o consumo, que penaliza principalmente os mais pobres e a classe média.


A especialista destacou que o sistema brasileiro se estrutura de maneira regressiva: quem ganha menos paga proporcionalmente mais, e quem ganha muito consegue escapar da tributação direta sobre a renda. “Enquanto o trabalhador assalariado vê o desconto do IR todos os meses no holerite, os mais ricos utilizam mecanismos legais para reduzir sua contribuição, perpetuando privilégios históricos”, afirmou Adriana em entrevista ao podcast Estúdio CUT.


Outro ponto levantado pelo Dieese é o impacto da falta de taxação sobre dividendos. Essa isenção, que já foi abolida em diversos países desenvolvidos, permite que grandes acionistas e investidores recebam lucros milionários sem contribuir com a mesma proporção que os assalariados. Isso cria uma distorção em que o país arrecada pouco de quem tem mais, ao mesmo tempo em que sobrecarrega o consumo — um modelo que mantém a desigualdade como marca estrutural da economia brasileira.


Adriana também alertou para o discurso falacioso que circula entre setores do mercado, de que taxar os mais ricos prejudicaria o crescimento econômico ou resultaria em desemprego. “Esse argumento não se sustenta. O que vemos, na prática, é uma parcela muito pequena da população acumulando renda e patrimônio sem devolver à sociedade uma parte justa por meio de impostos”, destacou.


Diante desse cenário, o Dieese defende a necessidade de uma reforma tributária justa e progressiva, que inclua a taxação de grandes fortunas, heranças, dividendos e mecanismos de combate à elisão fiscal. O objetivo é equilibrar a carga, desonerar trabalhadores e assegurar que quem ganha mais contribua de maneira proporcional. Para Adriana, esse é um passo essencial para reduzir desigualdades e garantir o financiamento de políticas públicas voltadas à maioria da população.

 
 
 

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