Encontro Regional dos Bancários reúne recorde de participantes no Extremo Sul da Bahia
- pixealagencia
- 6 de ago.
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Evento discutiu a precarização do trabalho bancário, saúde mental e ética, com participação de Profissionais especializados e lideranças estaduais e nacionais.

O Encontro Regional dos Bancários do Extremo Sul da Bahia, realizado neste sábado (02/08), em Eunápolis, superou expectativas e registrou o maior número de inscritos desde a pandemia. Organizado pelo Sindibancários, o evento reuniu bancários e bancárias de diversas cidades da base, reafirmando o protagonismo da categoria nas lutas sociais, sindicais e políticas em defesa do trabalho digno.
A abertura do evento foi feita pelo secretário geral do sindicato, Carlos Eduardo Coimbra, que ressaltou a importância da luta e evocou a história e o empenho do movimento sindical em todas as lutas e conquistas da categoria, bem como o espírito de solidariedade emanado dos princípios da CUT. Coimbra também fomentou a participação de todos os presentes na votação do plebiscito popular que está sendo realizado pela união de forças dos movimentos sindicais e sociais no Brasil contra a escala de trabalho 6x1 e a favor da taxação dos super ricos, para que a maior parte os trabalhadores do país tenha a isenção do Imposto de Renda.
Sandra Freitas, diretora do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, e representante da FEEB BA/SE, também levou uma mensagem de força e luta dos movimentos sindicais à todos os presentes, bem como Leninha, presidenta da CUT-Bahia, que, através de vídeo, destacou a importância da mobilização permanente diante do atual contexto de ataques aos direitos trabalhistas.
Também integrou a abertura de uma mensagem enviada em vídeo por Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e integrante do Comando Nacional dos Bancários, que ressaltou os desafios atuais da conjuntura política e econômica, convocando os bancários à unidade e à luta em defesa dos direitos.
Na sequência, a economista do Dieese, Cátia Uehara, apresentou uma análise aprofundada do atual momento vivido pelo setor bancário. Em sua exposição, abordou o avanço da pejotização, das terceirizações, uberizaçao do trabalho bancário com plataformas de “bancários autônomos” e a crescente substituição de postos de trabalho por tecnologia, inteligência artificial e automação. Segundo dados da própria Fenaban, apresentados por Cátia, os bancos estão priorizando o lucro em detrimento da função social que deveriam cumprir, o que agrava ainda mais a desigualdade na distribuição de renda no país.
Durante o debate, bancários da base e dirigentes sindicais fizeram intervenções potentes. Participaram ativamente Gilderaldo Silva (ex-diretor aposentado), Dra. Marli Santos (advogada), os diretores de base Augusto (Banco do Brasil) e Carlos Alexandre (Bradesco), além do diretor jurídico João Climário. As falas reforçaram a importância da atuação política da categoria e do papel transformador dos movimentos sociais diante do desmonte das relações trabalhistas.
À tarde, a discussão se voltou à saúde mental, com a palestra “O Sentido de Ser Bancário”, ministrada por André Guerra, Psicólogo, Doutor em Psicologia Social e professor universitário. Em uma abordagem sensível e crítica, André propôs reflexões sobre o verdadeiro significado de saúde, apontando que bem-estar não é apenas a ausência de doenças, mas o alcance do completo potencial humano, em harmonia com a natureza, o trabalho e os vínculos afetivos. Ele também tratou do impacto da cultura da performance e das práticas abusivas que bancários enfrentam nas agências, como a imposição de metas desumanas e a comercialização de produtos sem critério, que adoecem ainda mais e retiram do trabalhador o seu senso de sentido naquilo que ele faz.
Ao final da palestra, o diretor de Políticas Sociais do sindicato, Moisés Campêllo, apontou:
“Os nossos empregadores já não querem mais apenas a nossa produtividade dentro das 8 horas diárias. Eles querem as nossas redes sociais, querem que a gente assista aos coaches motivacionais, que encontremos propósito naquilo que é do propósito deles e não do nosso. Querem que sejamos de alta performance no que eles determinam que sejamos. E não só isso: querem, através dos podcasts, dos livros, dos programas, das redes sociais, usufruir da nossa mão de obra e também moldar a forma como pensamos o mundo, capturando a nossa subjetividade”, afirmou.
Gildenê Prates, Diretor Financeiro do Sindicato e Presidente do Conselho Municipal de Saúde de Teixeira de Freitas, também discursou, destacando a importância da presença dos trabalhadores em espaços de controle social como os conselhos municipais. Ele defendeu o fortalecimento do SUS e alertou sobre os retrocessos que ameaçam o direito à saúde pública.
Outros dirigentes, como João Climário, Gilderaldo, Augusto e Carlos Alexandre, também contribuíram com reflexões sobre ética, responsabilidade social, resistência à ganância dos bancos e o papel coletivo dos trabalhadores na construção de uma sociedade mais justa.
O encerramento do evento foi marcado por um momento de confraternização na CasaTrancoso, também em Eunápolis. Em clima de festa junina, os participantes celebraram o encontro com jantar, drinks, cerveja, comidas típicas e muita música ao vivo, com apresentações do DJ Enimes e da cantora Iza Ferreira e banda que abrilhantaram a noite.
Confira mais, abaixo:





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