GT de Saúde denuncia práticas abusivas do Itaú contra bancários adoecidos
- pixealagencia
- 20 de jun.
- 2 min de leitura
Trabalhadores criticam programa “linha de cuidados” por pressionar colegas afastados e invadir privacidade.

Na quarta-feira, 18 de junho, o Grupo de Trabalho de Saúde da Contraf-CUT se reuniu com representantes do Itaú para denunciar as práticas abusivas do chamado “programa de linha de cuidados”, direcionadas a funcionários afastados por motivos de saúde ou em retorno ao trabalho.
De acordo com o GT, diversas irregularidades vêm ocorrendo na aplicação das novas medidas, que deveriam prevenir o adoecimento dos bancários, mas operam como instrumentos de “constrangimento e pressão”. Entre os problemas relatados estão convocações indevidas para avaliações médicas — inclusive de trabalhadores afastados, com requerimentos pendentes ou com contratos suspensos — ameaças disciplinares em caso de não comparecimento, interrogatório de informações pessoais (incluindo redes sociais) e exigência de exames mais rigorosos do que a legislação exige.
O banco justificou a política sob a alegação de realizar rastreamento preventivo de doenças (conforme o PCMSO), mas o GT contesta essa abordagem. A coordenadora Luciana Duarte esclareceu: “Os exames do PCMSO envolvem funcionários ativos, com foco preventivo e dentro dos prazos legais. Mas não há respaldo para aplicar procedimentos disciplinares a quem está afastado — neste caso, é o INSS quem tem competência”, destacou.
Outro ponto criticado foi a substituição de avaliações presenciais por consultas online em casos de LER/DORT, além de outras violações de privacidade. Rosângela Lorenzetti, da Fetec‑SP, reforçou: “Prevenção não é fiscalizar a vida pessoal dos trabalhadores — é analisar condições laborais e riscos no ambiente de trabalho”.
A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Valeska Pincovai, lembra que o banco recusa a emissão de CATs para adoecimentos relacionados ao trabalho: “O trabalhador só se afasta se o sindicato emitir a CAT — e, mesmo assim, o banco ignora seu papel na prevenção”. Em 2024, os bancários ligados à Contraf‑CUT lançaram uma campanha de conscientização contra metas abusivas e práticas que atentam contra a saúde mental e física dos bancários .
Para o secretário nacional de Saúde da Contraf‑CUT, Mauro Salles, o “programa” ignora totalmente as causas reais dos adoecimentos, que estão ligadas às condições extremas de trabalho. Após a reunião, o banco reconheceu que houve equívocos ao convocar empregados licenciados — e garantiu que não aplicará medidas disciplinares nesses casos. Ainda assim, o GT alerta que nenhuma das práticas apontadas foi de fato corrigida — e que o Itaú deve revisar seu modelo de gestão de saúde ocupacional, sem pressionar funcionários ou desrespeitar normas legais.





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