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Lucro da Caixa chega a R$ 1,9 bi no primeiro trimestre



O Lucro Líquido da Caixa Econômica Federal foi de R$ 1,9 bilhão no 1º trimestre de 2023, com decréscimo de 23,9% em relação ao 1º trimestre de 2022 e de 11,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. A rentabilidade do banco sobre seu patrimônio líquido (ROE) ficou em 7,55%. Nos três primeiros meses do ano, a margem financeira Caixa cresceu 30,4%, em comparação ao mesmo período de 2022, atingindo R$ 13,9 bilhões. Por outro lado, houve elevação de 56,4% nas despesas de provisão para devedores duvidosos (PDD) e de 19,8% nas outras despesas administrativas. “Quando analisamos os dados específicos do balanço, podemos dizer que o aumento de provisão é compreensível devido ao crescimento da taxa de inadimplência do banco, que começa a se aproximar da que é verificada nos grandes bancos privados, mas esta medida afeta o resultado do banco”, disse o técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Filipe Barreiros. “Além disso, quando analisamos a conjuntura econômica do país, vemos os efeitos da alta nas taxas de juros, que encarece o crédito e dificulta o cumprimento dos compromissos financeiros, tanto pela população, quanto pelas empresas e pelo Estado”, completou. Segundo análise dos dados do balanço elaborada pelo Dieese, a taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias na Caixa foi de 2,73%, com aumento de 0,4 pontos percentuais na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior. “Esse crescimento foi puxado, em grande medida, por um caso específico. Caso não tivesse acontecido, o índice teria sido de 2,38%”, diz o Dieese em sua análise.


Ganhos financeiros

O técnico do Dieese observou ainda que a política de juros praticada pelo Banco Central aumenta a inadimplência, mas é contornada por outras alternativas pelo mercado financeiro. “Os principais bancos do país viram os resultados de operações de crédito crescerem bem acima do aumento da carteira de crédito. Isso é consequência da taxa que é cobrada sobre os empréstimos”, explicou Barreiros. Na Caixa, o crescimento das receitas com operações de crédito foi de 41,6% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado. No Itaú, estas receitas cresceram 47,4% no período. No Santander, 41,1% e, no Bradesco, 13,6%.


Prejuízo aos empregados

A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, observa ainda que o aumento da PDD também traz prejuízos diretos aos trabalhadores da Caixa. “Não bastassem os prejuízos causados à sociedade como um todo, as altas taxas de juros praticadas pelo banco central e o consequente crescimento da inadimplência prejudicam nossa PLR (Participação nos Lucros ou Resultados)”, observou. “Ao afetar o resultado da Caixa, o Campos Neto também mexe no nosso bolso. É isso o que precisamos entender”, completou a coordenadora da CEE.


Sobrecarga de trabalho

Outro dado que mostra prejuízo aos empregados da Caixa é o que aponta a redução do pessoal. A Caixa encerrou o 1º trimestre de 2023 com 86.741 empregados, 109 a menos em um ano. Mas, além da queda no número de trabalhadores, houve aumento de aproximadamente 5 milhões de novos clientes no período, elevando, desta forma, a relação de clientes a serem atendidos por empregados para 1.744 clientes para cada empregado. “Há uma sobrecarga muito grande de trabalho. Isso traz enormes prejuízos aos clientes e beneficiários de programas sociais do Governo Federal que são atendidos pela Caixa, que precisam ficar horas nas filas. Além disso, a sobrecarga também aumenta o adoecimento dos empregados”, observou a coordenadora da CEE. “A Caixa precisa contratar mais empregados urgentemente”, disse. >>>>> Leia também o texto publicado pela Fenae


Outros dados

Veja abaixo a tabela resumo do balanço da Caixa ou, se preferir, clique aqui e leia a íntegra da análise, ambas elaboradas pelo Dieese.

Fala do Sindibancários Extremo Sul da Bahia

O diretor sindical Gilderaldo Silva, bancário da Caixa, nos convida a refletir sobre o lucro da Caixa nesse primeiro trimestre.


"Vamos refletir sobre o que significa esse lucro da Caixa. Temos que pensar que é um banco público, ele não deve lucrar apenas pra manter-se na linha de frente junto à concorrência. Há um papel social que a Caixa deve cumprir, e que está sendo deixado de lado. Uma parte do que ela lucra é repassado ao governo, para que seja revertido em benesses à população. Outra parte deve ser destinada para implementação de políticas públicas da própria Caixa.


A Caixa lucra R$ 1,9 bilhão e, em contrapartida, vários concursados tiveram que entrar na justiça para assumir seus cargos. Depois de muita discussão, em acordo, a Caixa se comprometeu a integrar essas pessoas, para que elas tenham seus empregos.

Para o funcionário, essa notícia não impacta em sua participação nos lucros, nem em sua previdência ou FGTS. Seria mais interessante esse lucro ser revertido em reforma salarial e em benefícios que o trabalhador teria.


Para o cliente, ele é bombardeado com produtos da Caixa, para que os funcionários consigam bater suas metas. Mas o que ele tem recebido em troca? Menos funcionários para atendê-lo, obrigando-o a ir para as filas das lotéricas e os canais alternativos do banco. O cliente também não está recebendo nenhum benefício dos bancos públicos, não só a Caixa, mas de todos. O atendimento demora e não tem sido adequado, pois há poucos funcionários, que estão sobrecarregados, e não contratam ninguém. É um banco que não olha para seu cliente.


Já para a sociedade, a Caixa desempenha um papel importante por meio de várias políticas públicas (área de saneamento, moradia, educação, seguro desemprego, PIS, FGTS). Mas, tem dado um atendimento ruim aos trabalhadores, tanto os dela quanto para os que vão ao banco para requisitar serviços.


Banco público tem que ter lucro sim, para a empresa estar estrutura e não correr riscos, e teria ainda mais se contratasse todos os concursados que estão aguardando, e desse condições para seus funcionários desempenharem bem suas funções. Quem dá lucro para o banco é o varejo, no entanto eles tratam como se não desse resultado.


Vários trabalhadores na Caixa estão doentes por conta da selvageria de obter lucro cada vez maior, e estar sempre entre os 5 maiores bancos do país. A Caixa está esquecendo do seu papel social, ainda não está como deveria ser: um banco que dá resultado, mas que dá um bom atendimento a seus clientes, e que trata bem seus funcionários, que são muito capacitados", completou Gilderaldo Silva.


Fonte: Contraf-CUT.


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