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Trabalhadores e estudantes se mobilizam contra juros altos em frente ao Banco Central

  • pixealagencia
  • 19 de mar.
  • 3 min de leitura

Movimentos sociais promovem manifestações no dia em que o Copom se reúne para definir a taxa básica de juros, apontada como um dos principais fatores que elevam o custo de vida no Brasil

#pratodosverem: Estudantes com cartaz branco escrito “Juros: a camisa de força do Brasil” nas cores vermelho, verde e azul.
#pratodosverem: Estudantes com cartaz branco escrito “Juros: a camisa de força do Brasil” nas cores vermelho, verde e azul.

O Brasil enfrenta uma realidade desafiadora: mesmo sem ser um país desenvolvido e convivendo com enormes desigualdades sociais, ocupa uma posição de destaque entre os países com maior custo de vida. Um dos principais responsáveis por essa condição são os juros elevados, que figuram entre os mais altos do mundo.


“Quando uma pessoa financia um carro e acaba pagando o equivalente a dois ou três veículos, levando apenas um para casa, isso ocorre por conta dos juros abusivos praticados no sistema bancário. Esses altos juros são diretamente influenciados pela taxa Selic, definida pelo Banco Central por meio do Comitê de Política Monetária (Copom)”, explica Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).


A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, é estabelecida pelo Copom a cada 45 dias e serve como referência para todas as demais taxas de crédito do mercado financeiro. Há mais de dois anos, essa taxa permanece acima dos dois dígitos, mantendo o Brasil como o segundo país com a maior taxa de juros reais do mundo — percentual que considera a diferença entre a Selic e a inflação projetada.


“O impacto é direto: ao mesmo tempo que temos uma das maiores taxas de juros reais, também estamos entre os países que mais cobram caro em empréstimos bancários, especialmente quando comparado com outras nações da América Latina e economias emergentes”, alerta Vinícius Assumpção, vice-presidente da Contraf-CUT.


Atualmente, a taxa Selic está fixada em 13,25% ao ano. Quando descontada a inflação, o juro real fica próximo de 9,18%, valor que só é superado pela Argentina, onde a taxa chega a 9,36%.


Consequências para a população


A manutenção desses juros elevados encarece o crédito, impactando desde financiamentos e empréstimos até o custo final dos produtos e serviços consumidos pela população. “É por isso que financiar um carro, uma casa ou até mesmo um eletrodoméstico no Brasil é tão caro. Os altos custos do crédito acabam sendo repassados para os preços, o que afeta toda a economia e pesa ainda mais no bolso do trabalhador”, complementa Assumpção.


Banco Central sob pressão do mercado


A expectativa para a decisão do Copom, que se reúne nesta terça-feira (19), é que a taxa Selic suba ainda mais, alcançando 14,25% ao ano. Para Juvandia Moreira, essa política monetária prejudica diretamente a população e revela que o Banco Central tem atuado de forma desalinhada com os interesses do país.


“O Banco Central deveria ter responsabilidade com o povo brasileiro, com o desenvolvimento social e com o crescimento econômico. No entanto, o que vemos é uma instituição refém dos interesses do mercado financeiro. Quando os membros do Copom admitem, em suas atas, que elevam a Selic para atender à pressão do mercado, fica claro que não há autonomia real, mas sim uma submissão aos interesses de uma minoria privilegiada”, critica Juvandia. Ela ainda ressalta que o argumento do Banco Central de que os juros são necessários para controlar a inflação não se sustenta, uma vez que a inflação atual não é causada pelo consumo excessivo da população, mas sim por fatores externos que poderiam ser combatidos de outras formas, sem penalizar ainda mais os trabalhadores.


-JUROS, + EDUCAÇÃO: a força dos estudantes nas manifestações


Os protestos contra a política de juros altos se espalharam por diversas capitais do país e foram organizados pelas centrais sindicais. Em São Paulo, a Avenida Paulista foi palco de uma manifestação marcante, onde trabalhadores e estudantes uniram forças para exigir uma política econômica mais justa.


“Foi surpreendente ver tantos jovens participando ativamente dos atos, empunhando cartazes e entoando palavras de ordem contra a política monetária do Banco Central. Essa mobilização demonstra que a juventude está atenta e entende que essa política afeta diretamente suas vidas, principalmente no acesso à educação e ao crédito estudantil”, destacou Walcir Previtale, secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, presente no protesto.


Carlos Damarindo, secretário de Cultura da Contraf-CUT, também enfatizou o impacto que os juros altos têm sobre a vida da população. “Mesmo com a melhora nos índices de emprego no Brasil, os juros elevados continuam sendo uma barreira significativa. Essa situação impede que muitos trabalhadores consigam quitar suas dívidas ou realizem investimentos importantes para suas famílias”, destacou.


O Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia reafirma seu compromisso na luta por uma política econômica mais justa, que promova o desenvolvimento social e priorize o bem-estar da população brasileira. É fundamental que o Banco Central atue com responsabilidade social, colocando os interesses do povo acima das pressões do mercado financeiro.


Veja como aconteceram as manifestações:



 
 
 

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