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Violência digital contra mulheres: entenda o que é — e como se defender

  • pixealagencia
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

A tecnologia avança, mas com ela crescem também ameaças ao direito à dignidade e à segurança — mobilização exige proteger mulheres e garantir responsabilização


Imagem: CUT
Imagem: CUT

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e organizações parceiras alertam para o crescimento da violência digital direcionada a mulheres — um problema que se intensificou com o uso massivo de redes sociais, aplicativos e outras plataformas online.


A violência digital assume múltiplas formas e representa uma continuidade das violências de gênero tradicionais — abrindo espaços de perseguição, assédio, controle, silenciamento e humilhação.





🔍 O que é violência digital



Violência digital refere-se a qualquer tipo de abuso ou agressão praticada por meio das tecnologias da informação e comunicação — internet, redes sociais, mensagens, aplicativos — e que atinge mulheres por sua condição de gênero. Entre as principais manifestações estão:


  • Assédio e perseguição online (cyber‑stalking): envio constante de mensagens ameaçadoras ou insistentes, vigilância digital, controle e tentativa de intimidação.

  • Exposição não consentida de imagens ou vídeos íntimos, pornografia de vingança e uso de conteúdos manipulados (como deepfakes) para humilhar ou chantagear.

  • Cyberbullying, discurso de ódio, difamação e ataques psicológicos, muitas vezes com base em gênero, raça, orientação sexual ou outras formas de discriminação.

  • Doxxing — divulgação de dados pessoais ou sensíveis da vítima sem consentimento — e outras formas de violação de privacidade.



Além disso, conforme relatório da ONU Mulheres, a violência digital tem impacto real na vida das vítimas, afetando saúde mental, reputação, autoestima, relações sociais, vida profissional e, em muitos casos, levando ao medo, isolamento, silenciamento ou até adoecimento.





📊 Números que assustam



  • Entre 16% e 58% das mulheres já relataram ter sofrido algum tipo de violência digital.

  • Cerca de 38% afirmam já ter sofrido assédio virtual.

  • Em setores mais expostos — como mídia, política ou ativismo — a incidência é ainda maior, chegando a 73% das mulheres que atuam como jornalistas, por exemplo.

  • A violência digital ocorre em contexto de desigualdades interseccionais: mulher negra, LGBTQIA+, ou pertencente a grupos historicamente marginalizados está entre os alvos mais vulneráveis.






🛡️ Como se proteger e reagir



Para enfrentar esse tipo de abuso, organizações, ativistas e especialistas recomendam algumas práticas:


  • Guardar evidências: capturas de tela, links, datas e horários — tudo pode ser importante caso a vítima decida denunciar.

  • Bloquear e denunciar o agressor nas redes sociais, plataformas ou aplicativos onde ocorrem os ataques. Use os recursos de bloqueio, denúncia e privacidade disponíveis.

  • Buscar apoio institucional e redes de acolhimento: Delegacias da Mulher, delegacias de crimes cibernéticos, canais públicos de denúncia, organizações de defesa dos direitos da mulher. No Brasil, o centro de apoio é o telefone 180.

  • Proteger dados e privacidade pessoal: rever configurações de privacidade, limitar compartilhamentos desnecessários, evitar exposição de dados sensíveis, usar senhas seguras, desativar localização ou rastreamento quando possível.

  • Buscar apoio psicológico e comunitário: não enfrentar a violência sozinha — falar com pessoas de confiança, grupos de apoio feminino, redes de solidariedade. A violência digital também causa danos emocionais e exige cuidado.






⚖️ O papel do Estado, da sociedade e das plataformas



Para enfrentar a violência digital de forma eficaz, é urgente:


  • Regulamentar a internet e responsabilizar as plataformas e autores de abusos — removendo conteúdos ofensivos, restringindo perfis que praticam violência e garantindo transparência nos processos de denúncia.

  • Fortalecer políticas públicas de proteção, acolhimento e justiça para vítimas — com acesso a delegacias especializadas, apoio psicológico e legislação atualizada.

  • Promover educação digital com perspectiva de gênero — para alertar crianças, adolescentes e adultos sobre o que configura violência, como se proteger e como denunciar.






✊ A luta continua — e precisamos estar unidas



A tecnologia trouxe avanços importantes, mas também escancarou velhas violências sob novas formas. A violência digital contra mulheres não é um “problema de internet” — é uma expressão de desigualdades de gênero, raciais, sociais.


Denunciar, acolher, proteger e lutar por espaços digitais seguros é também parte da luta por igualdade, dignidade e justiça social. Hoje, mais do que nunca, precisamos fortalecer a rede de solidariedade, mobilizar a sociedade, apoiar as vítimas e exigir responsabilidades de quem perpetra e permite essas violências.

 
 
 

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