Caixa lucra quase 10 bilhões no primeiro semestre enquanto sobem críticas por sobrecarga e Saúde Caixa

Lucro de R$ 9,78 bilhões revela crescimento de 70% sobre 2024, mas trabalhadores exigem valorização e atenção especial ao plano de saúde

A Caixa Econômica Federal anunciou, no fechamento do mercado de 17 de setembro de 2025, lucro líquido contábil de R$ 9,78 bilhões no primeiro semestre, mostrando crescimento de 70,2% sobre os R$ 5,748 bilhões registrados nos primeiros seis meses de 2024. O lucro líquido recorrente também subiu, alcançando R$ 8,94 bilhões — alta de 44,9%.

Confira em detalhes:

A rentabilidade sobre patrimônio líquido (ROE) ficou em 11,86%, 2,32 pontos percentuais acima do mesmo período no ano anterior. Esses números reforçam que, mesmo sob condições adversas — sistemas inoperantes, restrições no crédito, sobrecarga de trabalho — os empregados mantêm o desempenho.

No entanto, o quadro nas agências e entre os trabalhadores é de tensão: foram extintos 2.619 postos de trabalho em um ano, a Caixa fecha o semestre com 84.050 empregados. Também houve redução de agências (122 unidades a menos) num momento em que a demanda de clientes cresce.

Diante disso, dirigentes sindicais — como Felipe Pacheco, coordenador da Comissão Executiva de Empregados (CEE) da Caixa — apontam que é hora de o banco valorizar seus trabalhadores com mais do que elogios. Entre as exigências estão condições de trabalho decentes, menos metas abusivas, investimentos em sistemas, e melhorias no atendimento ao cliente.

No item Saúde Caixa, o sindicato cobra a retirada do teto de 6,5% da folha salarial que limita o custeio que o banco faz do plano de saúde, bem como o retorno da Caixa ao patamar de 70% de custeio, conforme permitido por regulamentos. Os empregados relatam que já estão sobrecarregados financeiramente pelas mensalidades.

Em âmbito local, também nossos bancários do Extremo Sul da Bahia acompanham de perto o caso. Temos participado das discussões, divulgando os dados entre os colegas, pressionando nas bases para que o Saúde Caixa seja tratado com prioridade. Porque se o banco lucra bilhões, é justo que os trabalhadores tenham proporcional retorno em direitos, bem-estar e saúde.